quinta-feira, 24 de abril de 2014

Copa Brasil Sudeste 2014 não será disputada

Crédito: LNB
Como noticiado aqui pelo blog, a Copa Brasil Sudeste não está sendo disputada mesmo estando dentro do calendário de competições da CBB. Hoje (24/04), a entidade respondeu aos questionamentos enviados sobre a realização do torneio.

Segundo a assessoria de imprensa da CBB, o processo de inscrição para as equipes foi aberto, mas somente o Esporte Clube Ginástico de Minas Gerais, que disputou recentemente a Liga de Desenvolvimento do Basquete, se interessou, sendo declarado pela entidade o único representante da região na Super Copa Brasil, que dá duas vagas para a Liga Ouro da LNB em 2015.

A situação para o público não fica clara, já que não há nada no site da confederação, nenhuma nota ou notícia que a Copa Brasil Sudeste não será realizada. Outra coisa que não fica clara é sobre a divisão das equipes de forma regional na Super Copa Brasil, já que nos últimos três anos de competição, três dos oito times eram do sudeste. O regulamento prevê que os participantes serão definidos pela confederação em uma "reunião técnica".

Apenas para destacar a importância da Copa Brasil Sudeste, a região teve 14 dos 17 times que jogaram o NBB6 e nos últimos anos colocou Mogi, Palmeiras, Liga Sorocabana, Macaé e Tijuca na elite do basquete nacional. 

Fica cada vez mais claro o sucateamento da modalidade, a desorganização das federações que indicam times para a Copa Brasil e a falta de equipes em atividade. No momento em que o futebol trabalha com o movimento Bom Senso, que defende mais jogos para times pequenos e menos para os grandes, o basquete ainda caminha para o lado contrário.

sábado, 19 de abril de 2014

Perdemos Luciano do Valle, um exemplo contra a monocultura esportiva brasileira


Quem via suas últimas narrações de domingo ou quarta-feira na Band poderia até pensar que Luciano do Valle era apenas um simples narrador de futebol como tantos outros. Na verdade, atrás daquele microfone estava um dos maiores defensores dos esportes olímpicos, o Luciano do vôlei, do basquete, da Fórmula Indy, do boxe, de tantos outros e até da sinuca.

Como sabemos e vimos hoje em dia, a televisão e até mesmo o rádio, que antes apoiavam e transmitiam diversas modalidades esportivas, se renderam ao futebol, que dá muito mais faturamento e audiência, o que acaba aumentando a diferença entre o esporte bretão e as modalidades olímpicas, que sofrem um bocado no Brasil. Assim as muitas modalidades acabam marginalizadas com o argumento de que se não dá audiência, não pode ser transmitido...

Temos 11 canais esportivos entre fechados, abertos e parabólica e infelizmente poucos deles apostam em programações de esportes olímpicos, ou acabam preferido reprises de futebol para ocupar a grade. É muito futebol e quase nada para muitas modalidades. Em outras épocas, Luciano do Valle tinha 10 horas no domingo para todos os esportes na TV Bandeirantes, era o Show do Esporte, que como disse um amigo, formou o caráter esportivo de muita gente.


E Luciano do Valle foi um embaixador e voz destes esportes quando começou a narrar o basquete na TV Globo nos anos 70. Quando esteve na TV Record depois da Copa do Mundo de 1982, o narrador colocou mais de 90 mil torcedores do Maracanã para um jogo de vôlei entre Brasil e União Soviética. Foi dele a voz da Fórmula Indy no Brasil, quando Emerson Fittipaldi corria para vencer as 500 milhas de Indianápolis pela primeira vez até a última prova no solo sagrado de Indianápolis em 2013, coroando Tony Kanaan.


Luciano também trouxe a NBA ao Brasil e foi pioneiro na transmissão da NFL, que hoje faz um sucesso gigantesco na ESPN, além de emprestar a voz para narrações de fatos históricos, como a conquista do Mundial de Basquete Feminino em 1994. Não há como medir o que as cestas, cortadas ou bandeiras quadriculadas narradas por ele fizeram ao nosso esporte.


O Brasil não perde apenas um locutor, mas um grande combatente na luta contra a monocultura esportiva.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Copa Brasil Sudeste ainda não saiu do papel


Agora espécie de terceira divisão do basquete nacional, a Copa Brasil 2014 já está rolando em algumas regiões, como a nordeste e sul. A competição que colocou Mogi, Palmeiras, Liga Sorocabana, Macaé e Tijuca nas últimas edições do NBB sofre com um certo esvaziamento, mesmo que ainda dê a possibilidade dos vencedores entrarem na LNB via Liga Ouro. 

Depois de vários anos sem a competição, a CBB voltou a organizá-la em 2011, acertando com a Liga Nacional de Basquete que os dois campeões da Super Copa, se cumprissem as exigências, seriam aceitos na quarta edição do NBB. O Tijuca foi campeão, a Liga Sorocabana vice, e ambos avançaram aos playoffs do nacional naquele ano. 

Na temporada seguinte, o torneio proclamou o Mogi das Cruzes como campeão e o Palmeiras como vice. Os dois também foram ao NBB e debutam na pós-temporada exatamente neste NBB.  No ano passado, o Fluminense e Macaé se classificaram para na Super Copa e disputaram uma espécie de torneio da morte com o Tijuca por uma vaga no NBB6. 

Os campeões das cinco regiões se reúnem na Super Copa Brasil, sendo que três dos oito participantes nos últimos três anos foram do sudeste e todas as equipes que ascenderam ao NBB desde a recriação do campeonato foram da mesma região. Basquete Cearense e Goiânia entraram na LNB, mas foram convidados, assim como o Fluminense, que desistiu de jogar o NBB. 

Para este ano, o regulamento traz um parágrafo totalmente em negrito com os dizeres: 

"Parágrafo único: As vagas para Supercopa Brasil 2014 obedecerão à quantidade de 
equipes inscritas em suas respectivas regiões, a determinação das vagas por regiões 
serão definidas após reunião técnica previamente agendada pela Confederação 
Brasileira de Basketball com os representantes de cada Região". 

E o campeonato é importante, não só pela oportunidade de subir de divisão, como para manter times em atividade, dando espaço para jogadores, treinadores e no desenvolvimento de novos atletas, motivo da participação do Minas Tênis Clube, um dos fundadores da LNB, na edição de 2013. 

Mas o campeonato passa longe de ser perfeito e já sofre com problemas. Como noticiado na época pelo jornalista Fábio Balassiano, a CBB, que pagaria as passagens e hospedagem das equipes na Super Copa (que reúne os vencedores das copas regionais), não arcou com essa despesa e o repassou para os times, o que fez o campeão do norte, a Assembleia Paranese, desistir de jogar o torneio. 

A Copa Brasil Sudeste 2014 deveria ter começado no dia 27 de março e sua data final é o dia 20 de abril (na página da competição as datas são diferentes, de 17/3 a 4/5, ambos sem respeitar os 60 dias de prazo segundo o Estatuto do Torcedor), como aponta o regulamento do campeonato no próprio site da confederação, mas a competição, de fato, ainda não começou. No mesmo portal, não existe nenhuma informação sobre o torneio além do regulamento. Caso alguém queira confirmar, basta procurar pela Copa Brasil Sudeste no Google, não há informações nem de times, tampouco de datas. 

Este blogueiro pediu esclarecimentos à CBB há mais de uma semana sobre a realização do campeonato, mas até o momento não obteve nenhuma resposta. Resta esperar para ver se a região que possui 14 dos 17 times do NBB e dois dos quatro times da Liga Ouro ficará em divisão de acesso.